sexta-feira, 18 de março de 2011

Origem Histórica do Conflito entre Árabes e Judeus

A região conhecida como Oriente Médio é o lar de três das maiores religiões do mundo. Em ordem de idade, há o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. No início da Era cristã, a região da Palestina estava sob o domínio dos judeus que foram expulsos da região pelos Romanos dispersando-se pelo mundo inteiro, atingindo a Europa. No entanto, os judeus sempre alimentaram o desejo de retornar à sua terra, o que levou à organização do movimento sionista (retorno).
O conflito ganha materialidade pelo fato de que após longa ocupação romana, no século VII a Palestina foi ocupada pelos árabes que não aceitaram sair da região quando da volta dos judeus. Há anos palestinos e israelenses tentam conviver diplomaticamente uns com os outros. Mas a maioria dos israelenses são judeus e a maioria dos palestinos são muçulmanos ou cristãos. Além de praticarem religiões diferentes, eles possuem línguas e costumes distintos.
Com tantos contrastes, é difícil colocar de lado os desentendimentos e partilhar pacificamente uma região que ambos consideram seu lar.
Entretanto, a questão árabe x israelense vai muito além de tudo isso, reza o Velho Testamento que Abraão recebeu de Deus, por volta dos 75 anos de idade, o chamado para migrar aos os rincões de Canaã, com a promessa de que seus descendentes dariam origem ali a uma grande nação. Dez anos depois, porém, já estabelecido na nova terra, o longevo migrante ainda não havia conseguido gerar a tão esperada prole. Sara, a esposa, o instigou a desposar sua serva, a egípcia Agar, para fazer valer o desígnio divino – união que produziu o menino Ismael. Quando o rapagote completava seu 13º aniversário, Abraão, já com 99 anos, teve outro encontro com Deus, que reiterou a promessa feita anteriormente e garantiu que a posteridade de Abraão sairia das entranhas de Sara. Dito e feito: no ano seguinte veio ao mundo Isaac, filho do centenário patriarca.
Na festa de apresentação de Isaac, contudo, Sara viu o primogênito zombando do caçula, e ordenou ao marido que expulsasse Agar e Ismael de seus domínios. A idéia de desterrar o sangue do seu sangue não agradou a Abraão, que apenas levou a cabo a ação por ter a garantia de Deus que seu filho com a escrava também teria um destino fabuloso, iniciando outra grande nação. Assim, fornecendo um pão e um odre de água a Agar e Ismael, o patriarca mostrou-lhes o caminho da rua logo na manhã seguinte. Ambos erraram por algum tempo pelo deserto da Bersabéia, até que Ismael se fixou no deserto da Arábia, produzindo doze filhos – as doze tribos ismaelitas, ancestrais do povo árabe. Do outro lado da família, em Canaã, seu irmão Isaac teve como prole Esaú e Jacó. Os doze herdeiros deste último (rebatizado mais tarde de Israel) compuseram as doze tribos que deram origem ao povo hebreu.
Um choque de ódio que remonta, mais do que ao litígio entre Ismael e Isaac, ao serpentífero confronto de uma outra dupla de irmãos, Caim e Abel. Que esta história tenha um final diferente.
Professor Adriano Costa

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