quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ONU aprova criação de Estado Palestino para a Assembléia Geral


O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira que a aprovação da Palestina como Estado observador pela Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) não mudará a situação dos palestinos em relação ao Estado judaico.
O chefe de governo ainda advertiu que a aprovação do pleito na organização internacional afastará a possibilidade de obter um Estado palestino. "A decisão da ONU não mudará nada no terreno. Não vai fazer progredir a criação do Estado".
Netanyahu destacou que o reconhecimento dos territórios palestinos como país dependerá do reconhecimento de Israel como um Estado para o povo judeu.
Segundo ele, isso só acontecerá se forem dadas garantias reais de segurança aos israelenses, que não estão no texto da resolução apresentada à Assembleia Geral da ONU.
O premiê também minimizou a votação, chamada por ele de "decisão unilateral da ONU", e defendeu um processo de paz apenas entre o governo de Israel e a Autoridade Nacional Palestina.
"Pouco importa a quantidade dos que votarão contra nosso país, nenhum poder no mundo pode me obrigar a fazer concessões sobre a segurança de Israel".
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse que os palestinos sairão perdendo se a ONU aprovar o status de Estado observador na Assembleia Geral. "Esse processo só aumenta as divergências e separa os dois povos de uma solução", disse.
Os palestinos dizem que recorreram à ONU porque Israel continua ampliando os assentamentos em território ocupado e não está interessado em negociar uma solução. Israel os acusa de violar os acordos assinados com uma ação unilateral.
Desde a entrada na ONU, em 1974, os palestinos são representados pela OLP (Organização para Libertação da Palestina), que tinha o status de entidade observadora. Agora, serão elevados a Estado observador.
O novo status não significa o reconhecimento do Estado palestino. Pelo direito internacional, o reconhecimento de Estados não se dá na ONU, mas por outros países.
Agência de Notícias Folha

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ter um Futuro

Num debate no Rio de Janeiro, ouvi do ativista francês Daniel Cohn-Bendit: "Em nossa juventude, lutamos pela liberdade pensando que, com ela, faríamos o futuro que queríamos; hoje, a juventude precisa usar essa liberdade na luta para ter algum futuro".
De fato, a política parece nos restringir a um longo presente, sem aprender com o passado nem projetar o futuro.
O Congresso aprovou o projeto que altera a destinação dos royalties do petróleo. O tema se arrasta desde 2011, quando o Congresso aprovou o marco regulatório do pré-sal e deixou os royalties para depois --das eleições, bem entendido.
A polêmica é sobre a divisão entre Estados e municípios produtores e não produtores, que não foi mediada na política e será arbitrada pela Justiça. Mais uma vez, o governo foi atropelado por uma base parlamentar mobilizada por interesses imediatos e pragmáticos.
Tão ou mais grave, mas que não ganha manchetes, é a destinação dos recursos. Prevaleceu a solução mais fácil, em que os governantes têm liberdade para gastar como querem, numa pulverização de recursos "boa de voto" e péssima para o futuro do país.
O petróleo é fonte de energia poluidora, que acelera as mudanças climáticas, mas o mundo ainda não pode prescindir dele. Energias renováveis e mais limpas --eólica, solar, biomassa e etanol-- estão sendo desenvolvidas, mas ainda não são suficientes para substituir totalmente o petróleo. Cabe à atual geração usar o que tem antecipando-se aos problemas futuros.
Nos recursos do pré-sal, devem ter prioridade educação, ciência e tecnologia, além da prevenção das mudanças climáticas. Assim, o Brasil poderá liderar a transição para a economia de baixo carbono. O governo acenou com os recursos para a educação, mas não se empenhou na causa. E abandonou o Fundo Clima, criado no fim de 2009 com parte dos royalties do petróleo. O PL atual o deixa à míngua e compromete a Política Nacional de Mudanças Climáticas.
Como o governo e sua base parlamentar vão manter os projetos de combate à desertificação no semiárido nordestino, combate à erosão e gestão de áreas costeiras, prevenção de desastres naturais, manejo florestal, monitoramento da emissão de gases-estufa?
De onde virão os 10% do PIB para garantir o Plano Nacional de Educação que tramita no Congresso? Como manter os recursos destinados ao Fundo Clima, para cumprir as metas da política de mudanças climáticas? Devemos esperar que a próxima geração pense no futuro quando ele tiver chegado?
Se brasileiros considerarem seriamente a proposição dramática de Cohn-Bendit, "lutar para ter um futuro", e o chamado de Stéphane Hessel, "indignai-vos!", em pouco tempo a Europa pode ser aqui.

Marina Silva

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Primavera Árabe


O termo Primavera Árabe, como o evento ficou conhecido,  é uma alusão à “Primavera de Praga” (momento de instabilidade sócio-política que afetou a antiga Tchecoslováquia durante a época de sua ocupação pela União Soviética nos anos de 1960). Embora, várias nações afetadas não façam parte do "Mundo Árabe" e de ter se iniciado durante o inverno do hemisfério norte, a nomenclatura chama atenção pelo fato de que os dois momentos históricos possuem causas em comum: a luta pela democracia e por melhores condições de vida da população.
Portanto, Primavera Árabe é o nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções populares contra governos do mundo árabe que eclodiu em 2011. A raiz dos protestos é o agravamento da situação dos países, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. A população sofre com as elevadas taxas de desemprego e o alto custo dos alimentos e pede melhores condições de vida.
Países envolvidos: Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein.
Ditaduras derrubadas: A onde de protestos e revoltas já provocou a queda de quatro governantes na região. Enquanto os ditadores da Tunísia e do Egito deixaram o poder sem oferecer grande resistência, Muammar Kadafi, da Líbia, foi morto por uma rebelião interna com ação militar decisiva da Otan. No Iêmen, o presidente Saleh resistiu às manifestações por vários meses, até transferir o poder a um governo provisório.
Transição para as novas democracias: Tunísia e Egito realizaram eleições em 2011, vencidas por partidos islâmicos moderados. A Tunísia é apontada como o país com as melhores chances de adotar com sucesso um regime democrático. No Egito, os militares comandam o conturbado processo de transição, e a população pede a sua saída imediata do poder.
Geopolítica árabe: Os Estados Unidos eram aliados de ditaduras árabes, buscando garantir interesses geopolíticos e econômicos na região, que abriga as maiores reservas de petróleo do planeta. A Primavera Árabe põe em cheque a política externa de Washington para a região. A Liga Árabe, liderada pela Arábia Saudita e pelo Catar, assume um papel de destaque na mediação das crises e dos conflitos provocados pela Primavera Árabe.
Por Prof. Adriano Costa.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Mulheres com maiores escolaridade e renda adiam maternidade


Quanto mais instruída ou mais rica, mais tarde as mulheres decidem pela maternidade, segundo dados do Censo de 2010, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira. A idade média das mães da classe sem rendimento era de 25,7 anos em 2010. Já entre as mulheres com renda superior a 5 salários mínimos per capita, a idade subia para 31,9 anos.
Entre mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, a idade média para ter filhos era menor (25,4 anos) do que das mulheres com ensino superior (30,9 anos), de acordo com o IBGE.
Mulheres com superior completo tinham também uma taxa de fecundidade mais baixa, de apenas 1,14 filho. Já as que estudaram no máximo até o fundamental incompleto geravam 3,09 filhos, em média.
Na faixa de renda de até 1/4 de salário mínimo per capital, a taxa de fecundidade era de 3,90 filhos, caindo gradualmente até chegar a 0,97 filho de com renda superior a cinco salários per capita.
Em média, a fecundidade das mulheres brasileiras era de 1,9 filho por mulher, abaixo da taxa de reposição da população --2,1 filho, um para substituir o pai e outro para a mãe, além de uma "sobra" para compensar mortes de jovens.

 
IBGE/Censo 2010

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Turquia envia aviões de combate para fronteira com a Síria


A Turquia enviou nesta sexta-feira dois aviões de combate para a fronteira com a Síria, após um helicóptero do Exército sírio bombardear a cidade de fronteira síria de Azmarin, disse uma testemunha.
Houve intensos confrontos entre rebeldes e forças do governo sírio nesta semana em Azmarin e em cidades vizinhas, uma área de forte oposição ao governo do ditador Bashar Assad.
A luta ao longo dos 900 quilômetros de fronteira da Turquia com a Síria se espalhou pelo território turco na semana passada, com o Exército turco respondendo a tiros e morteiros disparados pela Síria.
O chefe do Estado-Maior turco, Necdet Ozel, disse na quarta-feira (10) que suas tropas responderão "com mais força" se os bombardeios continuarem a atingir a Turquia, e o parlamento disse na semana passada que autorizou o envio de tropas para além da Turquia, aumentando os temores de que a guerra civil síria arraste também poderes regionais.
DA REUTERS, EM ISTAMBUL

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Taxa de Natalidade cai e população brasileira pode parar de crescer

http://www.geostudos.com/arquivos/textos/18/natalidade%20brasil.JPG


Diante de uma taxa de natalidade de apenas 1,7% (comparável a países como França e Reino Unido), o Brasil caminha rapidamente para uma estagnação de sua população. O Ipea projeta 200 milhões de pessoas em 2020. Vinte anos mais tarde, em 2040, esse número crescerá em apenas 4 milhões, prevê o instituto ligado à Presidência da República.
Segundo dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), viviam no país 195,2 milhões de pessoas em 2011. "O germe do declínio populacional já está instalado no país, que são as baixas taxas de fecundidade e o reduzido crescimento da população", disse Ana Amélia Camarano, demógrafa do Ipea.
Para a pesquisadora, o aumento populacional atual de apenas 0,7% ao ano e a menor natalidade - que deve chegar a 1 filho por mulher em 2030 - fazem o país migrar de uma "explosão de população" no passado para uma "implosão de população" no futuro próximo, acompanhada do envelhecimento da estrutura etária do país.
Um dos problemas da estrutura etária envelhecida é que a força de trabalho também recua, reduzindo a capacidade produtiva do país. "Há apenas 20 anos ainda falávamos em explosão populacional. O problema agora é outro. A questão é como prover saúde e condições de autonomia a uma população cada vez mais envelhecida", afirmou a demógrafa.
De acordo com Camarano, as mulheres brasileiras tinham cerca de 6 filhos, em média, nos anos 50 e 60. Naquele período, a população crescia a um ritmo anual superior a 3%. "Foi o nosso período do 'baby boom'", afirma.
A taxa de fecundidade foi rapidamente declinando (com adventos como a pílula e outros métodos contraceptivos e o aumento do nível de educação) nos últimos anos. Atualmente, diz, ela está num nível "consideravelmente abaixo" da chamada taxa de reposição da população - de 2,14 filhos por mulher.
A lógica embutida nessa taxa é a seguinte: cada mulher tem de gerar duas crianças para "repor" o pai e ela própria; o 0,14 adicional é para compensar sobretudo aqueles que morrem antes de terem filhos.
Com tal dinâmica, prevê, só as faixas etárias acima de 45 anos vão crescer a partir de 2030. De 2040 em diante, a única parcela que crescerá em números absolutos será a de 60 anos ou mais.
O Brasil caminha rapidamente, afirma, para ter um perfil populacional "bastante envelhecido" e de fecundidade muito baixa (em torno ou pouco acima de 1 filho por mulher), comparável aos países do sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália e Grécia, sobretudo) e do Japão.
França e Reino Unido, diz, ainda mantêm uma estrutura um pouco mais jovem e taxa de fecundidade maior graças ao peso da imigração.

FECUNDIDADE POR RENDA
Para Ana Amélia Camarano, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a desigualdade na taxa de fecundidade entre mulheres de faixas diferentes de renda abre caminho para uma a queda rápida até os níveis dos países europeus do mediterrâneo e do Japão. Isso num cenário que em o rendimento dos mais pobres no Brasil avança mais rápido do que dos mais ricos.
Enquanto entre as mulheres da faixa de renda com os 20% menores rendimentos familiares a taxa de natalidade era de 3,6 filhos, na faixa dos grupos familiares dos 20% mais ricos estava em 0,9 filho --abaixo da taxa japonesa.


Pedro Soares - Adaptado por Prof. Adriano Costa

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Santa Eleição


Sou um ardoroso defensor da laicidade do Estado, mas receio que ela não possa ser estendida para eleições, como parece querer boa parte dos intelectuais e políticos mais à esquerda.
Não me entendam mal. Também eu gostaria que questões de fé, como a filiação religiosa dos candidatos e suas posições em relação a aborto, eutanásia etc. (que não são assuntos da alçada do Executivo ou de prefeituras), não influíssem no pleito, mas, para fazê-lo, precisaríamos eliminar o povo do processo de escolha, o que provavelmente é uma má ideia.
Ao contrário de juízes e outros servidores públicos, que precisam justificar racionalmente suas decisões, o eleitor deve satisfações apenas à própria consciência. Se, para ele, o fato de o postulante ter vínculos com esta ou aquela igreja faz diferença, não há como objetar a que leve isso em consideração na hora de votar.
O que se pode fazer para preservar a laicidade do Estado é exigir que, uma vez eleito, o administrador se paute pelos princípios constitucionais que asseguram a neutralidade do poder público em matéria religiosa. Eles incluem a proibição de subvencionar igrejas, a necessidade de atuar de forma impessoal e a proteção a direitos de minorias.
Os crentes deveriam ser a parte mais interessada na manutenção do Estado laico, que é essencialmente uma garantia de liberdade religiosa. E, se há algo que realmente une todas as fés, do catolicismo ao islamismo, é clamar por liberdade religiosa nos países em que são minoritárias.
Voltando à democracia, precisamos abandonar a noção de que ela funciona porque cidadãos se debruçam sobre os problemas e, após cuidadosa análise, escolhem as melhores propostas. Esse modelo existiu apenas na cabeça de alguns filósofos do século 18 e do TSE. Democracias dão certo principalmente porque canalizam para formas menos violentas os conflitos existentes em qualquer sociedade.
Hélio Schwartsman

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Às Escondidas


A usina de Belo Monte, ao secar a Volta Grande do rio Xingu, expõe ao sol da opinião pública algo mais que o limo das pedras. A empresa canadense Belo Sun Mining, do grupo Forbes & Manhattan, pretende fazer ali o "maior programa de exploração de ouro do Brasil", investindo mais de US$ 1 bilhão para extrair quase cinco toneladas por ano do precioso metal.
Já no Relatório de Impacto Ambiental da usina constava o interesse de 18 empresas em pesquisa e exploração mineral na área, mas o Ibama achou esse dado irrelevante.
O licenciamento da mineração está sendo feito pelo governo do Pará. Tudo indica que o conhecimento do potencial mineral só é segredo para a população, os "investidores" têm o mapa da mina há tempos.
O Brasil vive uma nova "corrida do ouro", silenciosa e oculta da opinião pública, mas intensa ao ponto de fazer a atividade mineradora saltar de modestos 1,6 % para expressivos 4,1% do PIB em só dez anos.
Nem é preciso dizer que esse aumento, embora inserido na ascensão brasileira na economia mundial, é continuidade da velha condição de colônia: as riquezas do subsolo brasileiro destinam-se, em sua quase totalidade, ao comércio exterior. As "veias abertas da América Latina" (feliz e triste expressão de Galeano) continuam sangrando.
Por trás dos grandes negócios e notórias fortunas, sempre financiadas e facilitadas pelo Estado, oculta-se um submundo de devastação ambiental e violência contra populações tradicionais.
O Congresso Nacional avoca para si o poder de demarcar terras indígenas e nelas licenciar atividades econômicas, enquanto discute um novo Código Mineral e a criação de uma agência para o setor.
Enquanto isso, pedidos de licenças para pesquisa e exploração continuam a ser concedidas aos que chegarem, em processo pouco transparente.
No Congresso, debate-se mudanças na lei para dificultar a demarcação de novas áreas de proteção (reservas, parques, quilombos, terras indígenas), diminuir o tamanho das já demarcadas e licenciar a exploração de suas riquezas. Na forma como são feitas, as mudanças atendem à demanda de grupos econômicos alheios aos interesses da sociedade e do país.
O governo entra com a negociação no varejo da política e as justificativas publicitárias do "interesse nacional" e da "inclusão social". À sociedade falta o que poucos detêm: informações profundas que possibilitam definições estratégicas que atendam a interesses mais amplos.
Na vida pública, o debate superficial das questões mais importantes se assemelha à infantilização promovida pelos candidatos que se oferecem para cuidar do povo. A conversa dos adultos, entretanto, é feita às escondidas. Até quando? 
Marina Silva (Folha de São Paulo - 21/09/2012) 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Nada indica uma rápida solução da Crise na Síria


A recente visita a Damasco do enviado da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, e a reunião realizada esta semana no Cairo pelos chanceleres egípcio, iraniano e turco, em nada indicam uma pronta solução da crise na Síria.

 "Ninguém está em desacordo com a necessidade de deter o derramamento de sangue e restaurar a harmonia entre a população nesse país", disse na sua chegada Brahimi, mas prosseguiu sem adiantar propostas ou ações sobre os caminhos que sua mediação seguirá.
Após sua entrevista com o presidente Bashar al-Assad, declarou: "Não há um plano agora, desenvolveremos um depois de nos reunirmos com todos os envolvidos e espero que o plano seja útil para a salvação da Síria".
No Cairo, a ausência da Arábia Saudita, um dos principais inimigos do povo sírio, abriu questionamentos, pois Riad, em cumplicidade com Washington, é um dos principais financiadores de armas e de grupos mercenários que atacam no território sírio.
Este grupo, formado pelo presidente egipcio, Mohamed Morsi, em julho passado, em uma cúpula islâmica em Meca e ratificado pela 16ª Cúpula de Países Não Alinhados em Teerã, é mais uma entre outras iniciativas, e vê-lo de forma otimista é uma leitura apressada. Três dos seus membros pedem, para uma solução, a saída do governo do presidente sírio, algo que não deve avançar e frearia qualquer negociação antes de germinar.
Em sua visita nesta quarta à capital síria, o chanceler persa, Ali Akbar Salehi, ratificou seu apoio às posições das autoridades governamentais sírias durante um encontro com o presidente al-Assad. O presidente manifestou apoio a todas as iniciativas apresentadas para encontrar uma solução para a crise, reafirmando que a chave para o sucesso de qualquer delas consiste na sinceridade das intenções de ajudar seu povo.
Ele reiterou que seu país está aberto a negociações que respeitem a soberania, a liberdade de decisão das pessoas e a rejeição de interferência estrangeira. Em outras palavras, qualquer abordagem do problema que insista em sua saída [de Assad] e esteja carregada de ingerência externa, desconhecimento da soberania nacional e do direito dos sírios de decidir sobre o seu próprio destino parece encaminhada ao fracasso.
Seria preciso esperar para ver se a outra iniciativa ou plano que Brahimi decida seguir exclui as pressões sobre o que deve ou não fazer o governo de Damasco.
A abordagem de diálogo, reiterada pelas autoridades locais, foi apoiada por mais de 24 organizações políticas e personalidades de oposição, que convocaram uma conferência nacional de toda a oposição e dos partidos de dentro e fora, para resolver a crise.
Os participantes indicaram que o chamado surge para alcançar um diálogo entre sírios, sem pré-condições ou pré-conceitos, e para trabalhar em busca de deter o derramamento de sangue e preservar a integridade territorial e a unidade nacional.
Essa é uma das máximas que Brahimi defendeu, mas é preciso ver qual é a reação de fatores externos que apoiam com financiamento, armas e todo tipo de ajuda, os bandos irregulares, que até agora se negam a dialogar. Quando os grupos armados cogitam isso, põem como condição a saída de al-Assad do governo.
Além disso, o Ocidente confirmou sua intenção de continuar "colocando lenha na fogueira" com o envio de armas e mercenários, segundo indicou uma fonte russa e apontaram notícias divulgadas pela imprensa internacional.
Aqueles que apoiam a violência se preparam para enviar um grande lote de suprimentos militares aos grupos armados sírios, revelou a mídia em Moscou.
Recentemente veículos de comunicação divulgaram a chegada ao porto turco de Iskanderun, na costa leste do Mediterrâneo, de 400 toneladas de material de guerra da Líbia, que foram transportadas no navio "Victoria", com destino aos irregulares sírios.
Nos últimos dias, o Exército Árabe Sírio destruiu vários veículos com armas, entre eles diferentes tipos de mísseis, incluídos os SAM-7, que tinham como destino os bandos armados, qualificados como terroristas pelas autoridades.
Nesta difícil situação, o governo procura cortar o fornecimento de suprimentos para os bandos, enquanto estes e seus aliados persistirem no uso de armas.
Até agora, nada indica uma situação otimista para a solução da crise síria que acabe com a violência, que, segundo disse Mahatma Gandhi disse, "é o medo dos ideais dos demais."

Por  Luis Beaton, em Prensa Latina


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Manifestantes rasgam bandeira da embaixada dos EUA no Cairo


Centenas de manifestantes escalaram os muros da embaixada dos Estados Unidos no Cairo e arrancaram a bandeira americana, pendurada no prédio, durante protestos contra um filme considerado ofensivo ao islã.
No lugar da bandeira americana --rasgada em pequenos pedaços--, os manifestantes tentaram hastear uma bandeira negra com a frase "Não há Deus senão Alá, e Maomé é seu profeta", disse um repórter da agência Reuters presente no local.
 
Manifestantes destróem bandeira da embaixada dos EUA no Cairo
Segundo o site do jornal egípcio "Ahram", os manifestantes são cerca de 4.000 pessoas, a maioria salafistas, que responderam ao chamado de um líder religioso, Abdel-Wareth, para um protesto público contra o filme "Muhammad's Trial" ("O Julgamento de Maomé") --produzido nos EUA e que, segundo os críticos muçulmanos, insulta o profeta.
Muçulmanos consideram ofensiva qualquer reprodução de imagens que retratem Maomé.
"Este filme deveria ser proibido imediatamente e deveriam pedir desculpas por ele. É uma desgraça", afirmou Ismail Mahmoud, um jovem de 19 anos que estava no protesto. Ele era membro de um grupo de torcedores de futebol que tiveram papel importante nos protestos que derrubaram o ditador Hosni Mubarak no ano passado.
 Manifestantes escalam muro da embaixada dos EUA durante protestos
Os manifestantes deveriam se reunir às 17h (horário local), em frente à embaixada americana no Cairo, segundo a convocação de Abdel-Wareth, que também é presidente do canal de TV egípcio Hekma.
Imagens do episódio também foram exibidas pela rede de TV americana CNN.
O protesto, inicialmente pacífico, ficou tenso depois que manifestantes começaram a lançar fogos de artifício. Alguns presentes pensaram que o barulho fosse de tiros.
O Exército egípcio interveio, cercando a embaixada para conter a situação. Não há relato de feridos ou mortos, nem de danos ao edifício da embaixada.
POLÊMICA
O filme controverso está sendo produzido por um grupo de egípcios cristãos coptas, incluindo Esmat Zaklama e Morees Sadek, com apoio do pastor americano Terry Jones.
Várias igrejas locais do Egito condenaram o filme nos últimos dias, declarando que os produtores não representavam a comunidade cristã do Egito. Os cristãos no Egito somam cerca de 10% da população de 83 milhões de habitantes do país.
Líder de uma igreja evangélica da Flórida, Jones queimou em abril o Corão [livro sagrado muçulmano]-- em um ato do qual participavam 20 pessoas e que foi exibido ao vivo pela internet-- e exigiu a libertação do pastor evangélico iraniano Youssef Nadaryani.
Nadaryani foi condenado à morte por apostasia, ao ter abandonado a religião muçulmana há 16 anos e ter se convertido ao cristianismo.
REAÇÃO
As autoridades dos EUA não haviam ainda comentado oficialmente o incidente.
No entanto, mais cedo na terça-feira a embaixada havia divulgado uma nota condenando todos aqueles que agredissem os muçulmanos ou os seguidores de qualquer religião.
"Nós rejeitamos firmemente as ações daqueles que abusam do direito universal de livre expressão para ferir crenças religiosas de outros", declarava o comunicado.
Um dos slogans rabiscado nos muros da embaixada, que fica próxima da praça Tahrir (palco dos protestos em massa contra Mubarak), dizia: "Se sua liberdade de expressão não tem limites, aceite nossa liberdade de ação." (Agência de Notícias – Folha de São Paulo – 11/09/2012)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Crise na Zona do Euro

Para o entendimento da crise econômica que abala a Zona do Euro é necessário que se saiba o contexto do grave problema financeiro. A formação da crise financeira na zona do euro deu-se, fundamentalmente, por problemas fiscais como ocorreu na Grécia. Os gregos gastaram mais dinheiro do que conseguiram arrecadar por meio de impostos nos últimos anos, sem levar em conta ainda, os volumosos empréstimos concedidos pelo BCE (Banco Central Europeu) na forma de subsídios agrícolas aos pequenos e médios agricultores que por não possuírem um eficaz sistema produtivo acabaram por fazer novos empréstimos e a aumentar ainda mais suas dividas.
Ao lado disso, desde 2008 o Mundo vem assistindo a queda do sistema financeiro Estadunidense causado pela especulação imobiliária e por uma classe média afundada em financiamentos a longo prazo.
Para se financiar muitas nações (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), passaram a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre o PIB ultrapassou significativamente o limite de 60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro. No caso da economia grega, exemplo mais grave de descontrole das contas públicas, a razão dívida/PIB é mais que o dobro deste limite. A desconfiança de que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas fez com que os investidores passassem a temer e a não investir em ações, em títulos públicos e privados europeus.
O resultado dessas inseguranças financeiras é a desvalorização do EURO no comércio mundial. Na primeira metade do ano (2012), o que se viu foi um movimento de venda de ações e títulos europeus e a fuga para ativos considerados seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano. Tal movimento, de procura por dólares e abandono do Euro, fez com que a cotação da moeda europeia atingisse valores historicamente baixos. As moedas também refletem o vigor das economias. Assim, argumentam os analistas, a tendência a longo prazo é de fortalecimento do dólar e das moedas dos países emergentes, enquanto a Europa não conseguir resolver seus problemas fiscais e criar condições para um crescimento econômico mais acentuado.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Atividade sobre Modificadores do Relevo - 1ºano


RELEVO – “O relevo corresponde às diversas configurações da crosta terrestre (montanhas, planaltos, planícies, depressões, etc.). [...] A disciplina científica que estuda as formas de relevo, sua origem, a estrutura e os processos responsáveis por sua evolução é a Geomorfologia. O relevo resulta da atuação de dois grandes conjuntos de fatores denominados agentes do relevo”. (Coelho, Marcos A. e terra, Lygia. geografia geral: o espaço natural e socioeconômico. Moderna, 2001. p. 82). AGENTES DO RELEVO:
a) Internos ou Endógenos – Processos estruturais que atuam do interior para o exterior: tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos.
b) Externos ou exógenos – Processos esculturais que atuam externamente, modificando as paisagens, como o intemperismo, a ação das águas, do vento, do mar, do gelo e dos seres vivos entre outros.

De posse dessas informações e do vídeo: "Forças da Natureza: vulcões", responda em seu caderno as atividades:
a)  Qual a importância da Geomorfologia para o Planejamento Territorial?
b)  Estabeleça a diferença entre Fenômenos Naturais e Impactos Ambientais.
c)  Explique a Tectônica de Placas e relacione com a hipótese da Deriva Continental.

Orientações:
  • cada resposta deve conter no mínimo 07 linhas;
  • como mencionado, a atividade deve ser realizada no caderno; não sendo feita em folhas avulsas;
  • a atividade deve ser entregue ao professor dentro do prazo estipulado.