terça-feira, 29 de junho de 2010

História das Copas do Mundo


De quatro em quatro anos, seleções de futebol de diversos países do mundo se reúnem para disputar a Copa do Mundo de Futebol.
A competição foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA ( Federation International Football Association).
A primeira edição da Copa do Mundo foi realizada no Uruguai em 1930. Contou com a participação de apenas 13 seleções, que foram convidadas pela FIFA, sem disputa de eliminatórias, como acontece atualmente. A seleção uruguaia sagrou-se campeã e pôde ficar, por quatro anos, com a taça Jules Rimet.
Nas duas copas seguintes (1934 e 1938) a Itália ficou com o título. Porém, entre os anos de 1942 e 1946, a competição foi suspensa em função da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Em 1950, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. Os brasileiros ficaram entusiasmados e confiantes no título. Com uma ótima equipe, o Brasil chegou à final contra o Uruguai. A final, realizada no recém construído Maracanã (Rio de Janeiro - RJ) teve a presença de aproximadamente 200 mil espectadores. Um simples empate daria o título ao Brasil, porém a celeste olímpica uruguaia conseguiu o que parecia impossível: venceu o Brasil por 2 a 1 e tornou-se campeã. O Maracanã se calou e o choro tomou conta do país do futebol.
O Brasil sentiria o gosto de erguer a taça pela primeira vez em 1958, na copa disputada na Suécia. Neste ano, apareceu para o mundo, jogando pela seleção brasileira, aquele que seria considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Quatro anos após a conquista na Suécia, o Brasil voltou a provar o gostinho do título. Em 1962, no Chile, a seleção brasileira conquistou pela segunda vez a taça.
Em 1970, no México, com uma equipe formada por excelentes jogadores (Pelé, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto Torres entre outros), o Brasil tornou-se pela terceira vez campeão do mundo ao vencer a Itália por 4 a 1. Ao tornar-se tricampeão, o Brasil ganhou o direito de ficar em definitivo com a posse da taça Jules Rimet.
Após o título de 1970, o Brasil entrou num jejum de 24 anos sem título. A conquista voltou a ocorrer em 1994, na Copa do Mundo dos Estados Unidos. Liderada pelo artilheiro Romário, nossa seleção venceu a Itália numa emocionante disputa por pênaltis. Quatro anos depois, o Brasil chegaria novamente a final, porém perderia o título para o país anfitrião: a França.
Em 2002, na Copa do Mundo do Japão / Coréia do Sul, liderada pelo goleador Ronaldo, o Brasil sagrou-se pentacampeão ao derrotar a seleção da Alemanha por 2 a 0.
Em 2006, foi realizada a Copa do Mundo da Alemanha. A competição retornou para os gramados da Europa. O evento foi muito disputado e repleto de emoções, como sempre foi. A Itália sagrou-se campeã ao derrotar, na final, a França pelo placar de 5 a 3 nos pênaltis. No tempo normal, o jogo terminou empatado em 1 a 1.
Em 2010, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo será realizada no continente africano. A África do Sul será a sede do evento.
Em 2014, a Copa do Mundo será realizada no Brasil. O evento retornará ao território brasileiro após 64 anos, pois foi em 1950 que ocorreu a última copa no Brasil.
Curiosidades sobre a História da Copa do Mundo de Futebol
- O recorde de gols numa mesma Copa é do francês Fontaine com 13 gols (marcados na Copa de 1958). Já o recorde geral da História de todas as Copas é do brasileiro Ronaldo com 15 gols.
- O Brasil é o único país que participou de todas as Copas do Mundo;
- O Brasil é o país com mais títulos conquistados: total de cinco;
- A Itália foi quatro vezes campeã mundial. A Alemanha foi três vezes, seguida das bi-campeãs Argentina e Uruguai. Inglaterra e França possuem apenas um título cada;
- A Copa do Mundo é o segundo maior evento esportivo do planeta;
- As Copas do Mundo da França (1998) e Japão / Coréia do Sul (2002) foram as únicas que tiveram a participação de 32 seleções. A Copa do Mundo da Alemanha 2006 teve o mesmo número de seleções participantes.
Os campeões de todos os tempos
Uruguai (1930) / Itália (1934) / Itália (1938) / Uruguai (1950) / Alemanha (1954) / Brasil (1958) / Brasil ( 1962) / Inglaterra ( 1966) / Brasil (1970) / Alemanha (1974) / Argentina (1978) / Itália (1982) / Argentina (1986) / Alemanha (1990) / Brasil (1994) / França (1998) / Brasil (2002), Itália (2006).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Zoneamento Econômico Ecológico


O conceito de zoneamento ecológico e econômico exige uma série de entendimentos prévios. Sua aplicação ou utilização em relação a um determinado espaço geográfico exige método, reflexão e estratégias próprias. Não existe qualquer possibilidade de dar à questão um tratamento empírico ou endereçar a ela uma abordagem linear e epidérmica. Os princípios de um verdadeiro zoneamento ecológico (e econômico) não têm condições de serem aplicados a todo e qualquer tipo de região geográfica e social. Por sua vez, quando aplicável a uma determinada área ou espaço, requer uma multidisciplinaridade plena, pelo fato de pretender identificar as potencialidades especificas ou preferenciais de cada um dos subespaços ou subáreas do território em estudo. Essa busca das vocações de cada componente ou célula espacial, inserida em conjuntos maiores do espaço regional, exige um conhecimento do mosaico dos solos; a detecção das tendências de uso econômico ou especulativo dos espaços rurais, urbanos e rururbanos; o balanço da economicidade dos sistemas de explotação propostos; os espaços livres à exploração econômica; os tipos de módulos rurais passíveis de serem instalados nos espaços liberados à exploração econômica; os fatores de apoio às atividades agrárias e o balanço das carências ou das eficiências das infra-estruturas preexistentes. Por outro lado, implica em se reconhecer e delimitar espaços defendidos por legislações especiais: parques nacionais, reservas indígenas, reservas biológicas, estações ecológicas, setores críticos dos espaços ecológicos (cabeceiras de drenagem, florestas beiradeiras) e outras áreas de proteção obrigatória ou parcial. A amplitude das tarefas a serem realizadas exige uma participação variada de especialistas pertencentes a diferentes áreas do conhecimento, sob a batuta de pessoas treinadas em métodos de planejamento regional.
Estabelecer as bases de um zoneamento ecológico e econômico em uma determinada conjuntura geográfica equivale a realizar um estudo para determinar a vocação de todos os subespaços que compõem um certo território, e efetuar o levantamento de suas potencialidades econômicas, sob um critério basicamente ecodesenvolvimentista. Para tanto, existe um feixe de metodologias aplicáveis, elaboradas por agrônomos, geógrafos, ecólogos, engenheiros-florestais e cartógrafos; na condição de alguém dentre eles possuir uma boa noção de planejamento regional.
A metodologia que mais se aproxima dessa tarefa é a dos agrônomos que, com relação ao zoneamento dos espaços rurais, possuem, desde há muitos anos, técnicas para a identificação das classes de capacidade de uso preferencial dos solos de uma região. Essa metodologia foi bastante aperfeiçoada desde que se generalizou o uso de aerofotos e outros tipos de imagens (radar, satélites) como documentos básicos de apoio, para a interpretação do mosaico regional dos solos, em suas respectivas unidades de relevo. Infelizmente, o uso abusivo dessas técnicas, sem a necessária adequação para condições regionais muito diversas, ocasionou uma certa desmoralização científica de sua aplicação. Tratava-se de uma metodologia por demais genérica e pretensamente universal, que perdia parte de sua objetividade quando aplicada a regiões morfoclimáticas e geopedológicas muito diversas daquelas que serviram de modelo para o teste original da classificação. Nesse sentido, não será demais lembrar que a identificação e o mapeamento das classes de capacidade de uso do solo foram técnicas criadas para serem aplicadas às regiões temperadas dos EEUU, não podendo ser transportadas rigidamente para grandes conjuntos de terras equatoriais, tropicais ou semi-áridas, para não falar em regiões de natureza climática e ecológica mais extremadas (desertos, tundras, altas montanhas). Em boa hora, no Brasil, alguns pesquisadores da área agronômica, mais bem-avisados, têm procurado realizar as adequações necessárias, para tornar o reconhecimento das classes de capacidade de uso dos terrenos mais adaptáveis à determinadas situações da natureza regional brasileira.
Em relação à Amazônia, o estabelecimento puro e simples de uma carta das classes de capacidade de uso do solo poderia induzir os especuladores e os administradores mal-avisados a cometer as propostas agrárias mais absurdas, com base numa metodologia que não tem condições de ser aplicada às condições ecológicas e fisiográficas regionais. A própria cartografia extensiva do Projeto RADAM, dirigida para o uso potencial dos solos, tem se mostrado ineficiente e perigosa, quando utilizada com rigidez, favorecendo as mais diversas distorções, pelos interessados no uso empírico dos espaços amazônicos. Há, portanto, que trilhar outros caminhos metodológicos e adotar estratégias mais precatadas, a fim de ser mais útil à região, às comunidades residentes, e ao País. Acredita-se que, na oportunidade de assentar as bases metodológicas para um zoneamento ecológico e econômico das terras amazônicas, venha a ser possível atender tais objetivos, com maiores possibilidades de acerto.
Geógrafo Aziz Ab'Saber

Professor Adriano Costa

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Guerra da Coréia: Contexto histórico


O mundo depois da Segunda Guerra foi politicamente marcado pelo “racha” político e ideológico travado entre Estados Unidos e União Soviética. As duas principais potências vitoriosas do conflito mundial dividiram entre si áreas de influência econômica, política e ideológica, inaugurando um período conhecido como “Guerra Fria”. É nesse contexto que temos condições de compreender o conflito que dividiu a Coréia em dois diferentes Estados Nacionais.
De fato essa divisão é anterior ao conflito já que, durante o processo de ocupação das áreas colonizadas pelo Japão, as tropas norte-americanas controlaram o sul e os exércitos soviéticos lutaram na parte norte. A partir desse processo de ocupação militar, as duas potências resolveram criar uma fronteira artificial que delimitaria o predomínio de ambas naquela região. Após um acordo, o paralelo 38° fixou os limites da socialista Coreia do Norte e da capitalista Coréia do Sul.
Esse projeto de equilíbrio de forças logo foi desestabilizado com a instauração da República Popular da China, em 1949. O país que fazia fronteira com a Coréia do Norte conseguiu estabelecer uma experiência revolucionária comunista ao longo do extenso território chinês. Inspirados pela experiência vizinha, as lideranças políticas norte-coreanas, no ano seguinte, apoiaram o projeto de reunificação do país através da declaração de uma guerra.
A invasão dos norte-coreanos alarmou as potências capitalistas, que logo convocaram uma reunião nas instalações da Organização das Nações Unidas. Aproveitando a ausência da autoridade diplomática soviética, que tinha poder de veto, os EUA conseguiram a aprovação para que enviassem tropas contra a ofensiva dos socialistas. Em setembro daquele mesmo ano os Estados Unidos enviaram forças militares contra a Coreia do Norte. Em pouco tempo, conseguiram algumas importantes vitórias.
Entretanto, as ambições dos norte-coreanos logo foram bem vistas pelo líder comunista chinês Mao-Tsé tung, que logo cedeu tropas em sinal de apoio. Esse incremento militar obrigou as tropas da ONU a recuarem para os limites do paralelo 38º. Sentindo-se visivelmente ameaçado pelo poderio militar socialista, o general MacArthur – líder dos exércitos norte-americanos – chegou a requerer o uso de armamento nuclear para dar uma “rápida solução” ao conflito.
A possibilidade de uma nova hecatombe foi logo descartada pelas autoridades norte-americanas, que preferiram partir para as negociações diplomáticas. O equilíbrio de forças entre os dois lados do conflito acabou viabilizando as negociações, já que nenhum tipo de avanço militar significativo ocorreu nos dois anos seguintes daquela guerra. Em 1953, o Tratado de Pan-munjom encerrou a desgastante Guerra da Coréia e restaurou os limites territoriais do paralelo 38º.
Mesmo com o fim da Guerra da Coréia, a tensão entre essas duas nações não chegou a um ponto final. O lado norte, aproveitando do apoio conseguido durante o auge do bloco socialista, buscou meio para melhorar seus índices de saúde e educação. Além disso, aproveitou deste período para empreender um forte projeto de tecnologia bélica e nuclear. Essa última medida promoveu fortes incômodos diplomáticos entre Estados Unidos e Coréia do Norte.
A região sul hoje integra uma das mais sólidas e prósperas economias capitalistas do mundo. A ajuda financeira oferecida pelos Estados Unidos conseguiu superar os problemas vividos com a instabilidade das instituições políticas e os escândalos de corrupção. O sucesso da economia sul-coreana atingiu seu auge quando, no ano de 2002, o país sediou alguns jogos da Copa do Mundo de Futebol. Nos últimos anos, as duas Coréias deram início aos diálogos de uma possível cooperação política e econômica.
Por Rainer Souza
Professor de História

terça-feira, 25 de maio de 2010

Maré Negra: Principais causas


Ouvimos frequentemente notícias sobre acontecimentos globais, como derrames de petróleo provocados por navios, ou sobre os ecossistemas marinhos e costeiros ameaçados pelas indústrias que operam no mar alto. Além dos acidentes com os petroleiros, onde grandes quantidades de petróleo são derramadas provocando marés negras, existem muitas descargas ilegais de petróleo efetuadas pelos navios durante a navegação. De fato, as operações de limpeza dos tanques são uma das principais causas da poluição marítima.
Embora, hoje em dia os satélites possam monitorizar as águas costeiras constantemente, as autoridades de controle da poluição mostram ainda uma certa relutância em confiar nesta tecnologia moderna e hesitam em integrá-la nos seus sistemas de monitorização tradicionais.
A poluição dos mares e das zonas costeiras originada por acidentes com o transporte marítimo de mercadorias, em particular o petróleo bruto, contribui, anualmente, em 10% para a poluição global dos oceanos.
Todos os anos 600 000 toneladas de petróleo bruto são derramados em acidentes ou descargas ilegais, com graves consequências econômicas e ambientais.
Dos acidentes com petroleiros, que infelizmente não são raros, os mesmos derramam, quase sempre, enormes quantidades de petróleo que, flutuando e alastrando-se progressivamente, formam extensas manchas negras.
São as chamadas marés negras, de efeitos altamente destruidores, provocando uma enorme mortandade na fauna (aves marinhas, peixes, moluscos, crustáceos, etc.).
Quando as marés negras atingem as zonas costeiras, os seus efeitos tornam-se ainda mais catastróficos. Além de destruírem a fauna e a flora com elas em contato, provocam enormes prejuízos à atividade pesqueira e tem um forte impacte negativo na atividade turística, já que os resíduos petrolíferos, de remoção difícil, impedem durante muito tempo a utilização das praias.
Para o grande número de acidentes com petroleiros contribuem decisivamente o envelhecimento da frota mundial (cerca de 3000 navios têm mais de 20 anos) e a deficiente formação profissional das tripulações.
Apesar da existência de múltiplas instâncias jurídicas destinadas à proteção do meio marinho, a verdade é que a lógica do lucro imediato tem conduzido a um comportamento irresponsável por parte de numerosas empresas e armadores do sector.
Também nas operações de lavagem dos tanques dos petroleiros em pleno oceano são derramadas enormes quantidades de petróleo, que, não raramente, originam autênticas marés negras. Embora, atualmente tal operação em pleno mar seja proibida, é natural que se continuem a cometer abusos, dada a dificuldade de fiscalização.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sociedade vai avaliar critérios para exame nacional de professores, diz ministro Haddad

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira que vai abrir uma consulta pública para que a sociedade avalie itens que podem fazer parte de uma prova nacional para professores. A declaração foi feita durante o Seminário Avaliação de Professores da Educação Básica: Uma Agenda em Discussão, no Rio de Janeiro.
A proposta é criar um banco nacional de docentes, uma relação de profissionais de educação qualificados que poderiam ser contratados por qualquer município brasileiro.
"Há uma deficiência de instrumentos fidedignos [para avaliação dos professores no Brasil]. Uma matriz já ajudaria as instituições formadoras e os professores. Estamos procurando amadurecer essas questões para dar maior clareza do que se pretende na formação de professores", disse Haddad.
Os itens que serão analisados pela sociedade na consulta pública foram levantados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que, durante um ano, analisou os mecanismos de avaliação de professores usados em países com alto desempenho em educação.
Atualmente, a avaliação de professores no Brasil ocorre, prioritariamente, a partir de índices criados para quantificar taxas de aprovação e desempenho de alunos, como é o caso do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ou o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avalia o rendimento dos alunos do nível superior.
"O Enade, ainda que tenha sido nossa opção reformulá-lo, capta pouco daquilo que se quer captar da ótica do gestor que quer contratar o profissional de atuação adequada em sala de aula", avaliou o ministro.
Fernando Haddad defendeu que o papel do Ministério da Educação é fornecer instrumentos para que os Estados consigam avaliar e melhorar seu corpo docente, e reconheceu que, em contrapartida, é preciso garantir salários dignos e progressão de carreira. O ministro lembrou ainda que essa é a fase de a sociedade avaliar o trabalho feito pelo Inep, mas que vai depender do próximo governo a aplicação do exame nacional para professores.
Fonte: Agência Brasil

sábado, 22 de maio de 2010

Tremores de 4,9 e 4,6 graus atingem norte do México

Dois terremotos de 4,9 e 4,6 graus na escala Richter atingiram neste sábado o noroeste do México, sem causar danos nem feridos, informou hoje o SMN (Serviço Sismológico Nacional) do país.
O primeiro tremor, de 4,9 graus e seis quilômetros de profundidade, ocorreu a 13 quilômetros ao noroeste da cidade de Santa Isabel, no Estado da Baixa Califórnia.
Alguns minutos depois, um segundo tremor, de 4,6 graus e 10 quilômetros de profundidade, atingiu uma área a 21 quilômetros ao noroeste da cidade de Mexicali, também na Baixa Califórnia.
O diretor de Defesa Civil estadual, Alfredo Escobedo, disse à agência de notícias Efe que não foram registrados danos nem sequer em Mexicali, onde o segundo tremor foi sentido com mais força.
Em 4 de abril, um terremoto de 7,2 graus abalou fortemente a cidade de Mexicali, deixando dois mortos, 232 feridos e afetando serviços públicos básicos durante dois dias.
Nessa cidade, que fica próxima à fronteira com a Califórnia (Estados Unidos), vivem cerca de 940 mil pessoas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Belo Monte: uma questão para debater

A Amazônia é um exemplo vivo da geopolítica do Governo Federal e Estadual de manipulação dos recursos naturais. A Usina Hidroelétrica de Belo Monte mantém os moldes de um passado imperialista e excludente de integração da Amazônia, isto porque, a região representa uma das mais antigas periferias do sistema mundial capitalista. Seu povoamento e desenvolvimento foram fundados de acordo com o paradigma de relação sociedade-natureza, isto é, de economia de fronteira, significando com isso que o crescimento econômico é visto como linear e infinito, e baseado na contínua incorporação de terra e de recursos naturais, que são também percebidos como infinitos.
Por esta razão, a UHE de Belo Monte se transformou em símbolo de polêmica em diversas dimensões: ambiental, indígena, ribeirinha, social, econômica, dos processos de licenciamento, dos métodos de audiência pública, do papel da mídia, de modelo energético, de concepção de desenvolvimento, de financiamento estatal e de futuro da Amazônia brasileira.
As primeiras referências à construção de hidrelétricas naquela região do rio Xingu datam dos anos 70, quando os militares traçaram planos para a construção de inúmeras barragens em toda a região amazônica. O desenvolvimento de tais projetos, no entanto, encontrou forte resistência nos anos e décadas seguintes, pois foi concomitante ao crescimento das lutas indígenas e das populações tradicionais, na defesa de seus territórios e de seus direitos históricos.
O projeto original tinha por nome “Kararaô” e pretendia alagar cerca de 1.500 quilômetros quadrados de florestas e áreas indígenas. Circulou por todo o mundo, a foto do representante da Eletrobrás com um facão no pescoço, empunhado pela indígena Kaiapó, Tuíra, mostrando sua indignação frente à ameaça de suas terras serem alagadas pelos seis barramentos projetados para o rio Xingu. O movimento ambientalista, que cresceu no país após o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, em 1989, aliado ao movimento indígena, conseguiu com que o projeto fosse sustado durante mais de uma década. Experiências extremamente negativas, como da Usina Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, inviabilizaram, moralmente inclusive, a continuidade deste e de outros projetos do setor elétrico brasileiro.
A chamada “década perdida” em termos de crescimento econômico, associada às concepções de “Estado mínimo”, dos anos 90, onde o planejamento estatal foi abandonado, deixou dormindo nas gavetas da burocracia governamental, diversos projetos de investimento em infra-estrutura, inclusive hidrelétricas. Com a retomada dos projetos de desenvolvimento, ao longo dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vários projetos voltaram para as pranchetas dos técnicos governamentais, entre eles a antiga hidrelétrica “Kararaô”, que foi reduzida e rebatizada de “Belo Monte”.
Frente às fortes críticas de ambientalistas e dos povos indígenas, o projeto foi redesenhado, reduzido em suas dimensões para cerca de 600 quilômetros quadrados de área alagada e reduzido de seis para um barramento, na chamada Volta Grande do rio Xingu. Mesmo assim, trata-se de um grande projeto, avaliado como a terceira hidrelétrica do mundo, inferior apenas à hidrelétrica de Três Gargantas, na China, e à hidrelétrica de Itaipu.
Contudo, longe de ser uma fonte de energia limpa, como escrevem os pesquisadores do Governo, as UHE são ambientamente negativas. Com a formação do lago artificial centenas de árvores serão submersas, milhões de micro-organismos serão extintos e toda uma biodiversidade local será afetada. Somando-se a esses fatos, os gases provenientes da decomposição orgânica da vegetação alagada, como, NO2 e SO2 (gás de Nitrogênio e gás Enxofre, respectivamente), contribuirão para o processo de aquecimento global e para a ocorrência de chuva ácida regional.
Prof. Adriano Costa.

terça-feira, 18 de maio de 2010

EUA 'vão se dar mal' se optarem por sanção ao Irã

O assessor especial da presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta terça-feira em Madri que os Estados Unidos sofrerão sanções morais se continuarem insistindo em aplicar sanções econômicas e comerciais ao Irã caso o país se recuse a cumprir o tratado internacional de não-proliferação nuclear.

"Se os Estados Unidos optarem pela sanção, eles vão se dar mal. Vão sofrer uma sanção moral e política", afirmou Garcia, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua viagem à Espanha. "Cabe aos Estados Unidos decidirem se querem ou não um 'new deal' com o Irã", disse o assessor direto de Lula.

Quando deu a declaração, Garcia ainda não tinha tomado conhecimento do anúncio da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, de que Estados Unidos, China e Rússia entraram em um acordo sobre as sanções ao Irã a respeito do seu controverso programa nuclear, à revelia do acerto que o Brasil e a Turquia haviam conseguido no domingo com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Após ser informado do anúncio, Garcia se recusou a comentá-lo antes de saber dos detalhes. Conforme o anúncio da americana, os três países entrariam ainda hoje no Conselho de Segurança da ONU com um pedido de resolução prevendo as sanções.

Na segunda-feira, Hillary já havia demonstrado por telefone a sua desconfiança em relação ao Irã para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. De acordo com Garcia, os Estados Unidos gostariam de negociar com o Irã apenas depois de já terem aplicado as sanções, posição da qual o Brasil discorda.

Em relação ao anúncio, por parte do Irã, de que o país continuaria a enriquecer urânio internamente mesmo depois de se comprometer a entregar parte do material para enriquecimento no exterior - conforme prevê o acordo intermediado por Brasil e Turquia -, Garcia disse que "cada coisa tem o seu momento". O assessor avalia que Ahmadinejad teria se recusado a prosseguir as negociações se Lula e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, tivessem mencionado essa questão. "O enriquecimento de urânio não é proibido. O que nós procuramos foi criar confiança. Eu acho que a relação que o Irã estabeleceu com o Brasil e a Turquia foi uma relação de confiança", disse.

Fonte: http://noticias.terra.com.br