terça-feira, 14 de agosto de 2012

Crise na Zona do Euro

Para o entendimento da crise econômica que abala a Zona do Euro é necessário que se saiba o contexto do grave problema financeiro. A formação da crise financeira na zona do euro deu-se, fundamentalmente, por problemas fiscais como ocorreu na Grécia. Os gregos gastaram mais dinheiro do que conseguiram arrecadar por meio de impostos nos últimos anos, sem levar em conta ainda, os volumosos empréstimos concedidos pelo BCE (Banco Central Europeu) na forma de subsídios agrícolas aos pequenos e médios agricultores que por não possuírem um eficaz sistema produtivo acabaram por fazer novos empréstimos e a aumentar ainda mais suas dividas.
Ao lado disso, desde 2008 o Mundo vem assistindo a queda do sistema financeiro Estadunidense causado pela especulação imobiliária e por uma classe média afundada em financiamentos a longo prazo.
Para se financiar muitas nações (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), passaram a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre o PIB ultrapassou significativamente o limite de 60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro. No caso da economia grega, exemplo mais grave de descontrole das contas públicas, a razão dívida/PIB é mais que o dobro deste limite. A desconfiança de que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas fez com que os investidores passassem a temer e a não investir em ações, em títulos públicos e privados europeus.
O resultado dessas inseguranças financeiras é a desvalorização do EURO no comércio mundial. Na primeira metade do ano (2012), o que se viu foi um movimento de venda de ações e títulos europeus e a fuga para ativos considerados seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano. Tal movimento, de procura por dólares e abandono do Euro, fez com que a cotação da moeda europeia atingisse valores historicamente baixos. As moedas também refletem o vigor das economias. Assim, argumentam os analistas, a tendência a longo prazo é de fortalecimento do dólar e das moedas dos países emergentes, enquanto a Europa não conseguir resolver seus problemas fiscais e criar condições para um crescimento econômico mais acentuado.