domingo, 7 de agosto de 2011

A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL: IMPACTOS SOBRE O BRASIL

O presente texto trata da crise internacional e sua relação com o Brasil. Visto que, apesar dos mecanismos de contenção por parte dos governantes, já podemos sentir as conseqüências dessa crise se refletindo em todos os países, inclusive no Brasil. Já não podemos mais dizer que desconhecemos as causas da crise econômica e de juros aqui no Brasil. A pergunta é: como enfrentar essa crise internacional? (clique aqui para redirecionamento)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011


O tema sobre redivisão territorial no Brasil não é recente e vem acompanhando a trajetória histórica do país, através da criação de novas unidades administrativas que contemplam interesses e motivações diferenciadas, seja de natureza econômica, política, social ou cultural. Por exemplo, desde a fase colonial o território brasileiro foi marcado por sucessivos desmembramentos, passando desde a tentativa de controlar a faixa litorânea em sua extração de recursos naturais por quinze áreas político-militares, as Capitanias Hereditárias (século XVI), até a primeira regionalização oficial feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (século XX).
O discurso sobre a divisão territorial vem adquirindo conteúdos diferenciados de acordo com os interesses em questão. Existem aqueles que vinculam o separatismo a questões de natureza econômica, advogando acerca da necessidade de descentralizar recursos e dinamizar de forma mais consistente regiões subdesenvolvidas que por não disporem de força política acabam desassistidas pelo poder público. A criação de novos estados nesse sentido seria uma necessidade para possibilitar maiores níveis de desenvolvimento, através da descentralização de recursos e maior autonomia na alocação de investimentos que impactariam positivamente na geração de emprego e renda.
Há, por outro lado, estudos que vinculam a questão da divisão territorial à falta de unidade entre grupos sociais culturalmente diversos. Para esta corrente, o Brasil não constitui uma nação bem característica e amalgamada com uma solidariedade entre pessoas e culturas diversas, mas um aglomerado de grupos sociais heterogêneos que, muitas vezes, ocupam uma
mesma área, mas não sentem solidariedade entre si.
Por fim, há aqueles que estabelecem uma correlação estreita entre divisão territorial e interesses de determinadas lideranças políticas em conquistar maiores espaços de poder. Para esta interpretação, a criação de novos estados tem como resultado o conflito entre elites econômicas e políticas pelo controle estratégico de fragmentos do território. Ao invés de disputar espaços de poder com elites fortes e consolidadas, torna-se muito mais atraente para algumas lideranças incluírem na agenda pública a bandeira do separatismo, pois além da força que o argumento possui na mobilização do eleitorado, permite a acomodação e a diminuição das disputas políticas entre grupos rivais, possibilitando o controle sobre faixas estratégicas do território através da criação de um novo poder executivo e legislativo que não competem com os poderes dos estados remanescentes.
Na esteira do movimento separatista o Pará tem sido um dos estados onde esta proposta é a que mais mobiliza a população e as lideranças políticas de algumas áreas. Existem atualmente quatro propostas separatistas com graus de motivação e organização populacional diferenciada. No Oeste, há mobilização para a criação do estado do Tapajós. No Sul, a população deseja emancipar-se para a criação do estado de Carajás. No Sudoeste, as lideranças políticas desejam a criação do estado do Xingu e, finalmente existe um projeto de lei que deseja a transformação da ilha do Marajó em território Federal.
Dessas propostas as que mais mobilizam a população e as lideranças políticas locais refere-se à criação do estado do Tapajós e o estado de Carajás. A criação destes dois estados já possui parecer favorável do Senado para a realização de plebiscito. O autor do projeto, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), argumenta que a grande área territorial do Pará – de 1.247.689,515 Km2 – dificulta a ação do governo do estado em toda a região, condenando as populações de municípios mais distantes, principalmente no oeste, a toda espécie de carências, especialmente às de prestações de serviço público como saúde, saneamento, transportes e educação. João Elias Brasil Bentes, secretário executivo do Fórum Permanente pela criação do estado do Tapajós, diz o mesmo: “O Pará é o segundo maior estado brasileiro em extensão territorial e é humanamente impossível para qualquer governante atender toda essa extensão, ficando os investimentos concentrados em municípios próximos da capital”.
Segundo Manuel Dutra (2000) o pleito separatista entre as unidades geográficas paraenses apresentam motivações e histórias completamente distintas. “No caso do estado do Carajás, a demanda vem do início dos anos de 1990, quando aquela região começou a ter novo sentido econômico, a partir do significado da Serra dos Carajás e do desenvolvimento da agricultura e pecuária. Empreendimentos que ensejaram a formação de uma ainda nascente elite regional, liderada fortemente por grupos não-paraenses, sem maiores ligações históricas e culturais com Belém”, e assim, portanto, querem a separação.
No Oeste do estado do Pará, por outro lado, o desejo emancipacionista tem raízes históricas que vêm desde a metade do século XIX, quando D. Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da Província do Rio Negro,mais tarde Província e estado do Amazonas, depois que as elites daquela unidade intentaram, sem êxito, a separação por conta própria, em 1832. Após a perda territorial de sua imensa banda oeste, as elites paraenses permaneceram inconformadas, e disputas foram frequentes entre as duas unidades. Surgiu, então, a idéia de se criar uma terceira província, que viria, naquele momento, esfriar os ânimos das elites locais.
Em 1869, foram intensos os debates no Parlamento Imperial sobre a necessidade de transformar o Baixo Amazonas paraense (hoje chamado de Oeste do Pará) em uma província autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha três comarcas: Belém, Santarém e Manaus. Santarém adquiria, assim, status jurídico e administrativo semelhante ao das outras duas cidades, alimentando o sonho da autonomia que jamais veio a se realizar.
Dessa forma, às especificidades do desenvolvimento regional ocorrido nas últimas décadas, fizeram a Amazônia Legal abrigar a maioria das propostas de criação de unidades federativas. Problemas recentes relativos às preocupações com o meio ambiente, somadas aos conflitos pela posse da terra, demarcação das terras indígenas, déficit de infraestrutura, pobreza, narcotráfico, guerrilha, e ainda as grandes dimensões territoriais da região, são frequentemente associados à ausência do poder público, o que alimenta a busca por autonomia e controle sobre o território.
Entretanto, é preciso uma análise mais realista sobre o problema, pois muitas das propostas separatistas, ao invés de gerar melhores níveis de desenvolvimento podem, ao contrário, comprometer o desenvolvimento de algumas regiões, pois já existem estudos, com alguma base de confiança, que apontam que a maioria das propostas de criação de novos estados é inviável do ponto de vista de sua sustentação econômica, pois não dispõe de dinamismo econômico suficiente para custear o peso que a manutenção de uma máquina pública requer.
Professor Adriano Costa

domingo, 31 de julho de 2011

Fraternidade Islâmica



Ditadores apoiados pelos EUA no Norte da África e no Oriente Médio estão sendo derrubados ou, no mínimo, estão sendo vigorosamente sacudidos por protestos populares, e Washington vê-se às voltas com questão crucial de política externa: como lidar com a poderosa, embora opaca, Fraternidade Muçulmana.
No Egito, a Fraternidade está tomando parte muito ativa e cada vez mais significativa nos protestos de rua, e na 5ª-feira distribuiu manifesto em que exige a imediata renúncia de Mubarak. E embora ainda não se veja claramente (aliás, longe disso) que papel teria a Fraternidade se Mubarak renunciar ou for derrubado do poder, o presidente egípcio não se cansa de dizer, em tom de ameaça, que “os Irmãos” tomarão o poder. Seja como for, o movimento será ator importante, em qualquer governo de transição.
Jornalistas e comentaristas de amenidades já se dedicam a avaliar as forças e os perigos desse movimento islâmico que já completou 83 anos de idade, cujos vários ramos nacionais são a oposição mais potente aos aliados dos EUA em virtualmente todos os países da Região. Há os que se preocupam com como a Fraternidade tratará Israel e os que não acreditam que tenha renunciado definitivamente à violência. Muitos – entre os quais o governo Obama – parecem pensar que seja um movimento com o qual o ocidente pode negociar, ainda que a Casa Branca negue qualquer contato formal com a Fraternidade Muçulmana.
Se os parágrafos acima despertam sensação de déjà vu, é porque, nos últimos 60 anos, assistimos ao mesmo filme várias vezes, com resultados quase idênticos. Desde os anos 1950s, os EUA vêm construindo alianças e parcerias com a Fraternidade ou com seus epígonos nos campos mais diversos, de combater o comunismo a acalmar tensões entre muçulmanos europeus. E se se examina a história, vê-se que há padrão bem claro: volta e meia, políticos dos EUA decidem que a Fraternidade Muçulmana pode ser instrumento útil e tentam curvá-la aos interesses dos EUA; e todas as vezes que o fazem – o que talvez nem seja surpresa –, a Fraternidade Muçulmana colhe mais benefícios que os EUA.
Como se explica que os EUA saibam tão pouco da própria história? Uma mistura de otimismo simplório, autoconfiança além do racional e uma obsessão nacional pelo sigilo, e eis por que é tão difícil para os norte-americanos conhecerem a longa história dos contatos entre governos dos EUA e a Fraternidade Muçulmana.
O Presidente Eisenhower, por exemplo. Em 1953, um ano antes de Nasser declarar a Fraternidade ilegal, um programa clandestino de propaganda pró-EUA, chefiado pela Agência de Informações dos EUA [orig. US Information Agency] trouxe aos EUA quase 40 intelectuais islâmicos e líderes políticos civis para o que foi divulgado oficialmente como um simpósio acadêmico na Princeton University. O verdadeiro motivo para o “simpósio” era “impregnar” os visitantes com a força espiritual e moral dos EUA – porque se acreditava que teriam meios para influenciar a opinião pública nos países muçulmanos, com mais eficácia do que as ditaduras ossificadas que lá já estavam instaladas ou estavam em processo de implantação. O objetivo final era promover uma agenda anticomunista naqueles países que começavam a tornar-se independentes, em muitos dos quais havia maioria muçulmana.
Um daqueles convidados, segundo o livro de apontamentos de Eisenhower, foi “O Honorável Saeed Ramahdan, Delegado da Fraternidade Muçulmana” [1] (cujo nome também aparece grafado, romanizado, como Said Ramadan) – genro do fundador da Fraternidade e descrito então, em todo o mundo, como “ministro de Relações Exteriores” do grupo (e é pai do controvertido especialista suíço, teórico do Islamismo, Tariq Ramadan).

Os funcionários de Eisenhower sabiam o que faziam. Na batalha contra o comunismo, entenderam que a religião seria tema e força de que os EUA poderiam servir-se – porque a URSS era ateísta e os EUA eram campeões da liberdade de culto. Nas análises da CIA, Said Ramadan aparecia descrito como “falangista”, “fascista interessado em arregimentar pessoas para o poder”. Mas a Casa Branca convidou-o, apesar do falangismo e do fascismo diagnosticados pela CIA.
O presidente Dwight D. Eisenhower no Salão Oval com um grupo de delegados muçulmanos de 1953. Said Ramadan é o segundo da direita.
Ao final daquela década, a CIA já apoiava Ramadan abertamente. Embora seja excesso de simplificação descrevê-lo como agente dos EUA nos anos 1950s e 1960s, os EUA o apoiaram na ação de invadir e ocupar uma mesquita em Munique, expulsando de lá os muçulmanos locais, para construir o que viria a ser um dos centros mais importantes da Fraternidade Muçulmana – e paraíso seguro para membros perseguidos do grupo durante as décadas de mais aguda perseguição. No final, os EUA pouco colheram dos seus esforços, porque Ramadan trabalhava mais para divulgar sua agenda islamita, do que para combater o comunismo. Anos depois, apoiou a Revolução democrática iraniana e ajudou a dar fuga a um ativista pró-Teerã que assassinara um dos diplomatas do Xá em Washington.
A cooperação teve fases de maré montante e fases de maré vazante. Durante a Guerra do Vietnã, a atenção dos EUA esteve concentrada noutra parte do mundo, mas com o início da guerra dos soviéticos no Afeganistão, ressurgiu o interesse em cultivar relações com islamitas. O período durante o qual os EUA apoiaram os mujahedeen — alguns dos quais se converteram em al-Qaeda— é bem conhecido, mas Washington continuou a flertar com islamitas, e especialmente, sempre, com a Fraternidade Muçulmana.
Imediatamente depois dos ataques de 11/9, os EUA caçaram, inicialmente, a Fraternidade Muçulmana, declarando que vários “Irmãos” seriam apoiadores de terroristas. Mas à altura do segundo mandato de Bush, os EUA já perdia duas guerras no mundo muçulmano e encarava minorias muçulmanas hostis na Alemanha, França e outros países europeus nos quais a Fraternidade estabelecera presença influente. Sem alarde, os EUA mudaram de alvo.
O governo Bush construiu estratégia para criar relações íntimas com grupos muçulmanos na Europa, que eram ideologicamente próximos da Fraternidade, supondo que a Fraternidade poderia ser útil, como interlocutor, nos contatos com grupos mais radicais como os extremistas organizados em Paris, Londres e Hamburgo. E, como nos anos 1950s, os funcionários do governo dos EUA planejaram divulgar para o mundo islâmico uma imagem de Washington como próxima de islamitas organizados no ocidente. Para isso, a partir de 2005, o Departamento de Estado disparou esforços para atrair a Fraternidade Muçulmana. Em 2006, por exemplo, organizou uma conferência em Bruxelas entre esses membros europeus da Fraternidade Muçulmana e muçulmanos norte-americanos, como a Islamic Society of North America, grupo tido como próximo da Fraternidade egípcia. Tudo isso a partir de análises da CIA, uma das quais, datada de 2006, informa que a Fraternidade manifestava “impressionante dinamismo interno, organização e talento para operar com a mídia”.
Apesar de aliados ocidentais manifestarem preocupações com os riscos de tanto apoio à Fraternidade na Europa, a CIA sempre recomendou a cooperação. Como no governo Obama, foi obra de alguns funcionários do governo Bush, que se encarregaram de construir essa estratégia.
Por que tanto interesse, por tanto tempo, na Fraternidade Muçulmana?
Desde a fundação, em 1928, pelo professor primário e imã Hassan al-Banna, a Fraternidade tem conseguido dar voz às aspirações de uma classe média quase sempre confusa e desprestigiada no mundo muçulmano. Isso explica o conservadorismo da Fraternidade, uma mistura interessante de fundamentalismo e fascismo (ou de políticas reacionárias e xenofobia): os muçulmanos de hoje jamais são considerados suficientemente muçulmanos, e devem voltar ao espírito do Corão. Os estrangeiros, especialmente os israelenses, são parte de uma vasta conspiração para oprimir os muçulmanos. Essa mensagem era – e ainda é – veiculada por estrutura eficaz, como de partido político, que inclui grupos de mulheres, clubes para jovens, publicações e veículos de mídia eletrônica e, em algumas fases, alas paramilitares.
A Fraternidade deu origem a vários dos grupos considerados mais violentos do radicalismo islâmico, do Hamás à al-Qaeda, embora para alguns desses grupos a Fraternidade já pareça tradicionalista demais. Não surpreende que a Fraternidade Muçulmana, apesar de seus aspectos confusos ou mal conhecidos, seja sempre tema que interessa a estrategistas ocidentais em busca de conquistar influência naquela parte estratégica do mundo.
Mas a Fraternidade Muçulmana sempre foi parceiro cheio de segredos e truques. Nos países nos quais os Irmãos aspiram a algum espaço na política governante, renunciam localmente ao uso da violência. Por isso a Fraternidade Muçulmana no Egito diz que não recorrerá a vias violentas para derrubar o governo Mubarak — embora vários Irmãos não se impeçam de pregar a destruição de Israel.
No Egito, a Fraternidade também diz que é a favor da criação de cortes religiosas para implantar a Shariah, tanto quanto, outras vezes, acrescenta que haveria tribunais seculares, aos quais teriam a última palavra. Não se trata de sugerir que a moderação é para efeito de propaganda, mas ajuda a lembrar que a Fraternidade só abraçou parcialmente os valores da democracia e do pluralismo.
O clérigo mais poderoso da Fraternidade Muçulmana, Youssef Qaradawi, que vive no Qatar, é exemplo dessa visão de mundo bifurcada. Diz que as mulheres devem poder trabalhar e que, em alguns países, os muçulmanos podem contratar hipotecas (transação que se baseia em juros, tabu para os fundamentalistas). Mas Qaradawi advoga o apedrejamento de homossexuais e o assassinato de crianças israelenses – que serão obrigatoriamente soldados ao alcançar a maioridade.
Qaradawi não é de modo algum marginal, na Fraternidade. No passado, foi várias vezes mencionado como candidato a líder principal do ramo egípcio. É provavelmente o nome da Fraternidade mais influente no mundo muçulmano – na 6ª-feira, por exemplo, milhares de manifestantes egípcios assistiram na praça Tahrir a um de seus sermões. Foi quem declarou mártires os manifestantes que morreram por desafiarem o governo Mubarak.
É indicação de que a influência da Fraternidade está crescendo na onda de manifestações por toda a Região. No Egito, a Fraternidade começou devagar, mas tornou-se ator chave na coalizão de oposição ao governo; na 5ª-feira, o novo vice-presidente Omar Suleiman convidou a Fraternidade para conversações. Na Jordânia, onde o grupo é legal, o rei Abdullah reuniu-se com “os Irmãos” pela primeira vez em dez anos. E em Túnis, o líder da oposição islamita Rachid Ghanouchi, um dos pilares da rede da Fraternidade em toda a Europa, voltou recentemente do exílio em Londres, para a Tunísia.
Tudo isso aponta para a principal diferença entre antes e agora. Há meio século, o ocidente optou por servir-se da Fraternidade com vistas a algum ganho tático de curto prazo, e mais tarde apoiou muitos dos governos autoritários que tentavam varrer o grupo para sempre. Agora, com esses governos por um fio, o ocidente ficou praticamente sem escolha; depois de décadas de opressão, é a Fraternidade Muçulmana, com sua estranha combinação de fundamentalismo antiquado e métodos modernos de fazer política social que aí está, sobrevivente, no centro da disputa.
Fonte: Jornal Folha

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Atividade sobre Globalização

A partir da análise sobre o vídeo "Globalização em 1 minuto" e sobre os temas da atualidade, responda:
1)Faça uma relação entre a primeira imagem do filme e a teoria da Globalização.
2) a Globalização pode ser definida como um processo imperialista da atualidade? Justifique.
3) Elabore um texto com mínimo 20 e no máximo 30 linhas sobre o tema: Qual Globalização queremos para o futuro?
4) Sintetise os conceitos de Globalização sobre os aspectos culturais, econômicos e políticos.

PSTU - Líbia, petróleo do país esta nas mãos das Multinacionais

Se durante os anos 1970 e 1980, o líbio Muammar Kadafi foi um dos principais expoentes do já falido nacionalismo árabe, nos últimos anos o ditador se tornou uma decadente caricatura de si próprio. Os conflitos com o imperialismo ficaram no passado e o país se converteu em uma semicolônia das potências europeias, principalmente da Itália de Berluscon.
O país se transformou na última década no paraíso das grandes multinacionais do petróleo e empreiteiras, que vão da Shell e BP à brasileira Odebrecht e as construtoras turcas. Não é à toa que o levante contra a ditadura de Kadafi tenha levado nervosismo aos grandes executivos e elevado o preço do petróleo no mercado internacional.
Da nacionalização à entrega
O então capitão Muammar Kadafi subiu ao poder após um golpe militar contra o rei Ìdris I, em 1969. Dez anos depois de o país árabe ter descoberto petróleo em seu subsolo, o que o tornou um dos países mais ricos da região. Hoje, a Líbia é o terceiro maior produtor de petróleo do continente africano, responsável por 2% da produção mundial.
Kadafi faz um sistema político que seria um meio termo entre o capitalismo e o socialismo, influenciado pelo islamismo, que batiza de "jamahiriya", ou "Estado das massas". Na prática, impõe uma ditadura nacionalista burguesa baseada na articulação com líderes tribais.
A guinada
No final dos anos 90, o regime de Kadafi iniciou uma reaproximação com o Ocidente. Em 2003, se responsabilizou formalmente pelo atentado na Escócia e pagou indenização milionária às famílias das vítimas. A ONU pôs fim às sanções e abriu o país ao capital internacional. O imperialismo percebeu que não podia simplesmente dispensar as grandes reservas de petróleo do país.
A partir daí, a Líbia de Kadafi se aproximou aos EUA e à Inglaterra. Em 2004, o então primeiro-ministro Tony Blair assinou um acordo com o ditador chamado de "Acordo no Deserto", que previa bilhões em contratos de exploração de petróleo no país. Já em 2005 a Líbia promove um leilão de suas reservas petrolíferas, marcando o retorno das empresas norte-americanas. Embora fosse a Itália quem mais se beneficiasse com a guinada entreguista da ditadura líbia.
Dependência
O petróleo e o gás da Líbia estão nas mãos das multinacionais. Até a Petrobras explora o recurso no país. Mas foi o imperialismo europeu quem avançou sobre as reservas de petróleo. Hoje, quase 80% do petróleo exportado pelo país vão para o continente. Desses, 32% vão só para a Itália. Segundo a TV árabe Al Jazeera, a petrolífera italiana Eni operava 13 campos de gás e petróleo na Líbia, cuja produção chegava a 306 mil barris por dia.
A Líbia é ainda grande compradora de armas e todo tipo de material bélico da França, Inglaterra e Rússia. Armas agora usadas na brutal repressão contra os protestos, como provavelmente também devem estar sendo usadas os brasileiros Cascavel e Urutus, veículos blindados exportados pela empresa Engesa ao país árabe (cerca de 400 unidades).
Amigos íntimos
Se na prática a ditadura de Kadafi já não se diferenciava sob nenhum aspecto do imperialismo, sua fraseologia ainda apresentava resquícios do velho nacionalismo. Junto a isso, o apoio de governos considerados de "esquerda" reforçam a imagem de líder antiimperialista.
Revolução em marcha
Apesar do discurso, a ditadura de Muammar Kadafi privatizou os campos de petróleo e entregou o país às grandes empreiteiras. A abertura econômica realizadas pelo ditador líbio seguiu a mesma política neoliberal trilhada pelo ditador Ben Ali na Tunísia e Mubarak no Egito. Apesar dos recursos vindos do petróleo, a desigualdade é gritante e o desemprego atinge de 30% a 40% da população líbia.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Origem Histórica do Conflito entre Árabes e Judeus

A região conhecida como Oriente Médio é o lar de três das maiores religiões do mundo. Em ordem de idade, há o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. No início da Era cristã, a região da Palestina estava sob o domínio dos judeus que foram expulsos da região pelos Romanos dispersando-se pelo mundo inteiro, atingindo a Europa. No entanto, os judeus sempre alimentaram o desejo de retornar à sua terra, o que levou à organização do movimento sionista (retorno).
O conflito ganha materialidade pelo fato de que após longa ocupação romana, no século VII a Palestina foi ocupada pelos árabes que não aceitaram sair da região quando da volta dos judeus. Há anos palestinos e israelenses tentam conviver diplomaticamente uns com os outros. Mas a maioria dos israelenses são judeus e a maioria dos palestinos são muçulmanos ou cristãos. Além de praticarem religiões diferentes, eles possuem línguas e costumes distintos.
Com tantos contrastes, é difícil colocar de lado os desentendimentos e partilhar pacificamente uma região que ambos consideram seu lar.
Entretanto, a questão árabe x israelense vai muito além de tudo isso, reza o Velho Testamento que Abraão recebeu de Deus, por volta dos 75 anos de idade, o chamado para migrar aos os rincões de Canaã, com a promessa de que seus descendentes dariam origem ali a uma grande nação. Dez anos depois, porém, já estabelecido na nova terra, o longevo migrante ainda não havia conseguido gerar a tão esperada prole. Sara, a esposa, o instigou a desposar sua serva, a egípcia Agar, para fazer valer o desígnio divino – união que produziu o menino Ismael. Quando o rapagote completava seu 13º aniversário, Abraão, já com 99 anos, teve outro encontro com Deus, que reiterou a promessa feita anteriormente e garantiu que a posteridade de Abraão sairia das entranhas de Sara. Dito e feito: no ano seguinte veio ao mundo Isaac, filho do centenário patriarca.
Na festa de apresentação de Isaac, contudo, Sara viu o primogênito zombando do caçula, e ordenou ao marido que expulsasse Agar e Ismael de seus domínios. A idéia de desterrar o sangue do seu sangue não agradou a Abraão, que apenas levou a cabo a ação por ter a garantia de Deus que seu filho com a escrava também teria um destino fabuloso, iniciando outra grande nação. Assim, fornecendo um pão e um odre de água a Agar e Ismael, o patriarca mostrou-lhes o caminho da rua logo na manhã seguinte. Ambos erraram por algum tempo pelo deserto da Bersabéia, até que Ismael se fixou no deserto da Arábia, produzindo doze filhos – as doze tribos ismaelitas, ancestrais do povo árabe. Do outro lado da família, em Canaã, seu irmão Isaac teve como prole Esaú e Jacó. Os doze herdeiros deste último (rebatizado mais tarde de Israel) compuseram as doze tribos que deram origem ao povo hebreu.
Um choque de ódio que remonta, mais do que ao litígio entre Ismael e Isaac, ao serpentífero confronto de uma outra dupla de irmãos, Caim e Abel. Que esta história tenha um final diferente.
Professor Adriano Costa