segunda-feira, 25 de abril de 2011

PSTU - Líbia, petróleo do país esta nas mãos das Multinacionais

Se durante os anos 1970 e 1980, o líbio Muammar Kadafi foi um dos principais expoentes do já falido nacionalismo árabe, nos últimos anos o ditador se tornou uma decadente caricatura de si próprio. Os conflitos com o imperialismo ficaram no passado e o país se converteu em uma semicolônia das potências europeias, principalmente da Itália de Berluscon.
O país se transformou na última década no paraíso das grandes multinacionais do petróleo e empreiteiras, que vão da Shell e BP à brasileira Odebrecht e as construtoras turcas. Não é à toa que o levante contra a ditadura de Kadafi tenha levado nervosismo aos grandes executivos e elevado o preço do petróleo no mercado internacional.
Da nacionalização à entrega
O então capitão Muammar Kadafi subiu ao poder após um golpe militar contra o rei Ìdris I, em 1969. Dez anos depois de o país árabe ter descoberto petróleo em seu subsolo, o que o tornou um dos países mais ricos da região. Hoje, a Líbia é o terceiro maior produtor de petróleo do continente africano, responsável por 2% da produção mundial.
Kadafi faz um sistema político que seria um meio termo entre o capitalismo e o socialismo, influenciado pelo islamismo, que batiza de "jamahiriya", ou "Estado das massas". Na prática, impõe uma ditadura nacionalista burguesa baseada na articulação com líderes tribais.
A guinada
No final dos anos 90, o regime de Kadafi iniciou uma reaproximação com o Ocidente. Em 2003, se responsabilizou formalmente pelo atentado na Escócia e pagou indenização milionária às famílias das vítimas. A ONU pôs fim às sanções e abriu o país ao capital internacional. O imperialismo percebeu que não podia simplesmente dispensar as grandes reservas de petróleo do país.
A partir daí, a Líbia de Kadafi se aproximou aos EUA e à Inglaterra. Em 2004, o então primeiro-ministro Tony Blair assinou um acordo com o ditador chamado de "Acordo no Deserto", que previa bilhões em contratos de exploração de petróleo no país. Já em 2005 a Líbia promove um leilão de suas reservas petrolíferas, marcando o retorno das empresas norte-americanas. Embora fosse a Itália quem mais se beneficiasse com a guinada entreguista da ditadura líbia.
Dependência
O petróleo e o gás da Líbia estão nas mãos das multinacionais. Até a Petrobras explora o recurso no país. Mas foi o imperialismo europeu quem avançou sobre as reservas de petróleo. Hoje, quase 80% do petróleo exportado pelo país vão para o continente. Desses, 32% vão só para a Itália. Segundo a TV árabe Al Jazeera, a petrolífera italiana Eni operava 13 campos de gás e petróleo na Líbia, cuja produção chegava a 306 mil barris por dia.
A Líbia é ainda grande compradora de armas e todo tipo de material bélico da França, Inglaterra e Rússia. Armas agora usadas na brutal repressão contra os protestos, como provavelmente também devem estar sendo usadas os brasileiros Cascavel e Urutus, veículos blindados exportados pela empresa Engesa ao país árabe (cerca de 400 unidades).
Amigos íntimos
Se na prática a ditadura de Kadafi já não se diferenciava sob nenhum aspecto do imperialismo, sua fraseologia ainda apresentava resquícios do velho nacionalismo. Junto a isso, o apoio de governos considerados de "esquerda" reforçam a imagem de líder antiimperialista.
Revolução em marcha
Apesar do discurso, a ditadura de Muammar Kadafi privatizou os campos de petróleo e entregou o país às grandes empreiteiras. A abertura econômica realizadas pelo ditador líbio seguiu a mesma política neoliberal trilhada pelo ditador Ben Ali na Tunísia e Mubarak no Egito. Apesar dos recursos vindos do petróleo, a desigualdade é gritante e o desemprego atinge de 30% a 40% da população líbia.

Um comentário:

  1. acho que o principal motivo para a tentativa de controlar a Líbia é a sua grande riqueza em petróleo, mas Kadafi tem que cair para que o povo Libio venha a ter mais oportunidades futuramente, tendo principalmente uma qualidade de vida aceitavel

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